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Sejamos mais cultura em 2022!

Quantas coisas aconteceram no Brasil e no mundo nos últimos meses, boas e não tão boas… Pandemia, vacina, desemprego, superação e criatividade. Estamos num momento de reconstrução de nós mesmos - e muitos enlutados pela perda de pessoas queridas -, e do que fazemos, especialmente nós, trabalhadores da cultura. 

Conversando com colegas de trabalho, recentemente, destacamos duas características marcantes do povo brasileiro: resiliência e criatividade. E a ARTE está nelas, pois com arte conseguimos nos superar ou, pelo menos, deixar a caminhada mais leve, e por meio dela, vimos e ainda vemos ações criativas acontecendo de todas as formas, em todos os segmentos, chegando em todos os cantos do mundo. 

Embora pareça que CULTURA (da qual a arte faz parte) esteja desaparecendo, pois ela não é colocada na escala de importância merecida em nosso país, a cultura resiste e mostra que é forte. Na verdade, é a força que move a engrenagem que gera o crescimento e o desenvolvimento de um país. Além de gerar emprego e renda, a cultura, especialmente nesse momento de pandemia, tem servido como um amparo emocional às pessoas, pois ela abraça, acolhe e traz a esperança de dias melhores. Por isso, muitos países têm colocado a cultura como área prioritária na recuperação econômica pós-covid. 

No Brasil, o investimento financeiro vem sendo feito no setor cultural, após muita luta dos trabalhadores da cultura. Houve a Lei Aldir Blanc (auxílio emergencial para o setor cultural) e, recentemente, foi aprovado no Senado o projeto de lei complementar (PLP 73/2021 - Lei Paulo Gustavo), que deve liberar mais R$ 3,8 bilhões para artistas, criadores de conteúdo e empresas culturais que, juntos, compõem uma cadeia econômica equivalente a 2,67% do Produto Interno Bruto e que são responsáveis por cerca de 5,8% do total de trabalhadores no país. O valor previsto, ainda baixo diante de todo o benefício que a cultura gera, é nosso, ou seja, é oriundo do Fundo de Cultura que se retroalimenta; é um recurso arrecadado pelo próprio setor cultural, resultante de saldos residuais de projetos da Rouanet, do lucro de produções audiovisuais etc. 

Nosso desejo para 2022 é que continuemos sendo resilientes e criativos e que sejamos MAIS CULTURA. Como assim? Que possamos dialogar cada dia mais sobre a importância da cultura para uma sociedade. A cultura não pode mais ser criminalizada diante de nós, como vem acontecendo, onde vemos artistas e produtores sendo agredidos verbalmente, com frases feitas de que “vivemos na mamata ou às custas do governo”. Trabalhamos e muito para fazer uma produção, de todos os portes, em qualquer segmento. São dias e dias de planejamento, produção e pós-produção. A realidade é outra e as pessoas precisam saber disso!

Dialogando, também vamos tentar implantar políticas públicas de cultura, que serão essenciais para a economia do Brasil e para a democratização do acesso à arte, com a implantação de novos modelos de negócio, novos mecanismos de incentivo à cultura, a efetivação do Sistema Nacional de Cultura, que potencializa a produção e o acesso à arte  etc. 

A cultura não é só entretenimento, como muitos pensam. A cultura, como canta Caetano ao falar do samba, tem também “um grande poder transformador”. O consumo de arte e cultura torna a pessoa mais forte, mais criativa, mais pensante, mais humana e com isso ela passa também a enxergar novas oportunidades de crescer, de se desenvolver e viver melhor, numa sociedade ainda melhor também com a cultura!

 

Feliz Natal e um 2022 com muita saúde e muita arte e cultura!

 

Abração nosso,

Ana Paula Pontes

3marias Produtora Cultural

 

 

 

 

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