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Que loucura é essa? Cultura agora no Turismo.

Mais uma vez, o que já é praxe, o governo Bolsonaro volta atrás numa decisão. Agora a Cultura é do Turismo. Será que ele sabe o que é planejamento e a real importância de assumir um cargo como Presidente da República em uma democracia? Através de decretos, ele vai mudando tudo que “ACHA” que pode, sem discutir, ouvir as partes envolvidas. Todas as falas e atitudes dele afetam milhões de brasileiros.

Ele ACHA que está brincando de casinha, com os filhinhos que “vestem azul”… Ele não pode ficar mudando tudo de lugar, na hora que quiser e como quer. Ele está governando um País e não a casinha dele. No lar doce lar dele, ele pode agir de qualquer jeito, pois não temos nada com isso. Agora, como Presidente da República, a postura deve ser outra. 

Ao ler o decreto publicado hoje no Diário Oficial da União, fica evidente que foi mal feito, pois faltam informações importantes. Pelo menos, os técnicos desse governo deveriam ser bons, afinal trata-se de um documento oficial e eles recebem para executar um bom serviço.

Essas mudanças envolvem processos em andamento, envolvem empregos, envolvem vidas. Nunca foi fácil fazer cultura no Brasil, sabemos disso, mas, agora, com essa bagunça toda que estão fazendo, está quase impossível… Desanima… Desanima… Volto a repetir o que eu falei lá atrás, que precisamos pensar diferente, agir diferente com a área da cultura. O que vem sendo discutido e pensado referente a políticas públicas para a cultura? Ou seja, que ações do governo podem contribuir para soluções de problemas públicos, com grande demanda na sociedade, na área da cultura? Como discuti-las e, o mais importante, implantá-las e implementá-las? E esse pensamento não vale só na cultura, vale para todas as áreas, saúde, educação, segurança etc. Ficar mudando a pasta da Cultura de lugar, só causa transtorno e descrédito… Talvez seja isso que o governo deseja. Fique sabendo Excelentíssimo Senhor, que o descrédito será todo seu, com certeza, não da CULTURA BRASILEIRA, que tem berço, tem história, tem raiz. 

No final de 2018, aconteceu em São Paulo um grande encontro sobre economia criativa, o Mercado das Indústrias Criativas do Brasil (MicBR), reunindo vários países, com ideias e propostas extraordinárias, mas poucos gestores públicos estiveram presentes, infelizmente. Palestrantes, de segmentos diversos, reclamaram da falta de dados oficiais da cultura no Brasil, dados estes que servem para alicerçar as diversas afirmações sobre a necessidade de se olhar mais atentamente, com responsabilidade e planejamento, para o setor cultural, em todas as esferas: local, regional e federal, não apenas como entretenimento, mas também como um motor eficaz para o desenvolvimento econômico e social desse país, que é rico em sua diversidade cultural. Sobre esse assunto posso falar mais depois.

O que eu quero chamar a sua atenção hoje é que um dos palestrantes do MicBR, Jorge Melguizo, mostrou com dados e resultados, COMO A VIOLÊNCIA EM MEDELLÍN, NA COLÔMBIA, FOI REDUZIDA, EM CERCA DE 95%, nos últimos 20 anos, fazendo o uso de ações conjuntas, envolvendo a CULTURA! Ele não ficou no blá, blá, blá; ele apresentou RESULTADO!

O jornal “O Estado de São Paulo” fez uma matéria interessantíssima com Melguizo sobre esse assunto, que vale a pena ser lida. Destaco um trecho dessa matéria, que reflete um pouco disso tudo que estamos vivendo, neste momento, com um governo que age por instinto, por decreto, sem planejar e sem se preocupar se haverá vítimas:

“O conceito é simples: esses bairros chamados de bairros violentos não são violentos, mas violentados. Não são bairros culpados, mas vítimas. Ao assumi-los assim, eles necessitam de um abraço da sociedade e não da dupla violência que se produz com operações militares. A militarização de um território é uma dupla vitimização que gera mais problemas do que soluções. Quando fizeram a jornada de pacificação com a entrada de dois mil soldados em uma favela do Rio, escrevi: POR QUE NÃO ENTRAM DOIS MIL MAESTROS?”

E eu pergunto: Por que a cultura é tratada com descaso? Por que a violência atrai mais que a cultura? Termino com uma frase que li em um texto da Cia Teatral Aos Quatro Ventos: “Num lugar onde não há atividades culturais, a violência vira espetáculo”. Que triste saber que tem gente que gosta de aplaudir a violência e compactua com tudo isso. Para terminar mesmo, só mais um comentário. Quando o Bolsonaro, no início do governo, travou uma guerra à cultura, vi um post no Facebook, mais ou menos assim: “Eu preciso de pedreiro para construir minha casa. Eu preciso de médico para tratar a minha doença. Eu preciso de artista pra quê?”. E muitas pessoas curtiram e compartilharam esse post e depois ligaram a TV pra assistir novela, filme, série. Colocaram música para animar o churrasco e a festa de aniversário. Mandaram o filho parar de encher o saco e ir jogar videogame, que é também produzido por artistas… É melhor parar por aqui...

 

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